Estamos selecionando atores para participarem do curta independente TRICONINFA.
Gonzati
Marido dedicado, Gonzati sustenta sua família com a renda do bar de que é dono há mais de vinte anos. Tem duas filhas, uma de 25 e outra de 16 anos, mas na verdade sempre quis um filho. Alcoólatra, às vezes bate na sua própria esposa, mas toda vez que isso acontece ele se sente culpado e tenta comprar o perdão da mulher com, como ele diz: “todas as coxinhas do bar que você conseguir comer!”.
No bar o movimento já foi maior. Gonzati afirma categoricamente que há alguns anos seu boteco foi reduto da mais nobre boemia de Porto Alegre. Intelectuais, bacharéis, artistas da música, do teatro e do cinema ficavam ali até altas horas da noite, bebendo cerveja e discutindo filosofia: “eles ficavam conversando sobre um tal de Proust e o escambáu, sobre como a sociedade parece com uma macarronada e nós as almôndegas, mas na real eu sei que todo mundo queria falar é de pica”, diz ele.
Hoje em dia, o bar do Gonzati sofre com a frequente invasão de mendigos-zumbis (“moeeeeeeedaaaaaaa”) e com a concorrência dos bares vizinhos, todos com futebol passando na tv a cabo. Espera um dia poder parar de trabalhar, voltar para o interior e terminar seus dias como seu pai: enlouquecido, conversando com uma lata de ervilhas.
Colorado
Ninguém sabe ao certo sua verdadeira origem. Ele mesmo tem diversas histórias para a própria vida, mas todas elas acabam com ele e suas múltiplas personalidades morando na rua do bar do Gonzati. Existem versões de que teria sido roadie do Roberto Carlos, que teria jogado em um grande time de futebol e outra de que teria sido acionista na bolsa de valores, mas perdido tudo numa crise econômica.
Acredita poder interceptar sinais de satélite secretos do governo da China por um implante metálico no dedão do pé esquerdo e adora comidas leves. Seu perfil no twitter tem mais de 120 mil seguidores. Não toma banho deve fazer alguns anos, mas não percebe porque, possivelmente, fede desde que era acionista.
Corno Feliz
É tão gente boa, tão gente boa, que seu amigo fatura sua namorada enquanto ele nem sonha. Vive numa boa, sem muitos problemas ou ambições. Tem um emprego barbada numa agência de publicidade e é metido a estiloso-nerd-cult. É o tipo de cara que usa óculos de borda grossa e camiseta cor de rosa.
Tem uma namorada bem legal, boa de papo e bem gostosa. Ela é o último bastião da pureza e ele se gaba disso pra todo mundo. Há poucos meses teve a brilhante idéia de ir morar junto com ela. Dividem o apê e ela não o deixa fumar dentro de casa, apesar de ser ele quem paga as contas.
Há uns três meses foi obrigado pela namorada a comprar um sofá (caro) exatamente do jeito que ela queria. Corno Feliz vai passar a odiar sua mais recente aquisição.
Amigo Cornificador
Todo corno de precisa de um cornificador para poder seguir seu destino estabelecido desde a maternidade. Apesar de fura olhos, pode ser considerado um cara legal. Estudou jornalismo até o sexto semestre, mas se deu conta de que ganharia mais sendo motoboy. Trabalha na mesma agência de publicidade que Corno Feliz, levando e buscando na sua Honda CG 125 documentos e bolinhos de aipim.
Infância complicada, pai ausente, esse tipo de coisa. Faz o tipo do come quieto e avisa diariamente seu amigo Corno Feliz que a namorada dele não passa de uma vadia libertina poligâmica, deixando-o furioso. Quem avisa amigo é.
